sexta-feira, 24 de abril de 2020

LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA

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A lombalgia

Pode ser conceituada como uma dor de característica mecânica, localizada entre a parte mais baixa do dorso (última costela) e a prega glútea. A lombociatalgia surge quando esta dor se irradia para as nádegas e um ou ambos os membros inferiores.
Somente cerca de 30% dos pacientes sintomáticos apresentam alterações da coluna lombar na mielografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética. Além disso, a inervação da coluna é difusa e entrelaçada e torna difícil localizar a lesão apenas com base nos dados da história e exame físicos do paciente. Finalmente, existem, freqüentemente associados, espasmos musculares reativos que protegem a coluna de outros danos e muitas vezes mascaram a verdadeira causa da dor.

Etiopatogenia

As lombalgias e lombociatalgias podem ser primárias ou secundárias, com e sem envolvimento neurológico, sendo classificadas em:
·         mecânico-degenerativas;
o   Na coluna vertebral existe um equilíbrio mecânico entre o segmento anterior da unidade anátomo funcional (corpos vertebrais e disco) e segmento posterior (articulações interapofisárias ou zigoapofisárias).
o   Quando ocorre a ação de forças mecânicas sobre essas estruturas, pode haver um desequilíbrio levando à dor por estimulação direta de terminações nervosas aí existentes, ou pela liberação de substâncias do núcleo pulposo que desencadeiam dor e processo inflamatório pela degeneração do disco intervertebral.
o   Todas as estruturas do segmento motor podem constituir causas de dor. Porém, há evidências de que o ponto central seria o disco intervertebral (85% dos casos) – discopatias – cuja degeneração aumentaria a carga nas facetas articulares e alteraria a distribuição de cargas no platô vertebral e osso subcondral. O disco degenerado tem sua capacidade de nutrição pela difusão passiva reduzida, levando a um acúmulo de íon hidrogênio que estimula receptores químicos de dor, situados na parte externa do anel fibroso.
o   As discopatias compreendem as fissuras, rupturas, abaulamentos, diminuição da altura do disco e hérnias que podem ser protrusas e extrusas
o   Essas alterações degenerativas do disco intervertebral acrescentam um esforço adicional nas outras estruturas de suporte da coluna como as articulações das facetas, ligamentos e cápsulas articulares. Conseqüentemente, espessamento da membrana sinovial e cápsula articular, formação de tecido cicatricial, diminuição do espaço articular nas articulações facetárias, formação de osteófitos e esclerose do osso subcondra
·          não mecânicas localizadas: inflamatórias As principais causas são as espondiloartropatias soronegativas), infecciosas(Espondilodiscites infecciosas) e metabólicas(Osteoporose, osteomalácia e hiperparatireoidismo, originando fraturas vertebrais que conseqüentemente levarão a transtornos biomecânicos nas unidades anátomo-funcionais provocando a lombalgia ou lombociatalgia)
·         psicossomáticas;
·         como repercussão de doenças sistêmicas
o   Doenças sistêmicas que podem acometer estruturas intra e extra-raquideanas, a fibromialgia e a síndrome miofascial que podem causar contraturas musculares e hipóxia tecidual gerando dor.

Quanto à sua duração, podem ser classificadas em:
·         aguda: até sete dias;
·         subaguda: de sete dias até três meses;
·          crônica: quando os sintomas duram mais de três meses.

Diagnóstico Clínico

A história clínica é essencial para avaliação diagnóstica do paciente com lombalgia e lombociatalgia. A idade do paciente poderá indicar a causa de sua dor, pois a incidência de certas doenças varia de acordo com a idade e com o sexo. Trabalho e lazer, isto é, esportes praticados, também são importantes para o diagnóstico, pois com base nos achados de Nachemson (1965, 1985), a flexão e rotação da coluna lombar aumenta a pressão no segmento motor inferior

Anamnese

Com relação às características da dor, deve-se investigar:
·         a intensidade e o horário de seu aparecimento; –
·         a relação existente entre a dor e a atividade corporal e/ou o repouso;
·         uma possível associação com queixas sistêmicas, chamadas “sinais de alerta” como febre, calafrios, emagrecimento, anemia, disúria, massa abdominal ou outros achados.
·         o tipo de irradiação da dor, se existe distribuição dermatomérica ou não;
·          se a dor é de origem raquidiana ou extra-raquidiana;
·         as características psicossomáticas da dor.

Exame Físico

INSPEÇÃO
·         o paciente caminhando, tipo de marcha e se existe posição antálgica;
·          se existem assimetrias (desnível dos ombros, pregas subcostais, cristas ilíacas, pregas glúteas, alteração nas curvaturas da coluna lombar como retificação da lordose, acentuação da cifose torácica ou escoliose);
·         a presença de lesões de escaras, traumas ou cirurgia anterior

PALPAÇÃO

·         a presença ou não de hipertonia muscular e pontos dolorosos; –
·         deve-se lembrar de palpar as articulações sacrilíacas;

ESTUDO DOS MOVIMENTOS DA COLUNA LOMBAR

·         Flexão: se a dor aparece ou é agravada por este movimento ou se irradia para os membros inferiores, admite-se que existe lesão discal (protrusão ou hérnias discais).
o   Teste de Shober: Espondilite anquilosante se menor que 5cm.
o   Distância mão-chão.
·          Extensão: a dor aparece nos casos de artrose zigoapofisárias e estenose de canal artrósico.
·         Flexão lateral direita e esquerda: pesquisar dor e ou limitação da amplitude dos movimentos
·          Rotação direita e esquerda: dor e/ou limitação da amplitude dos movimentos.

TESTES ESPECÍFICOS

·         Manobra de Valsalva: a exacerbação da dor ou sua irradiação até o pé pode significar que exista compressão radicular.
·         Manobra de Lasègue ou teste da perna estendida: o exame deve ser feito com o paciente em decúbito supino, a mão esquerda do examinador deve imobilizar o ilíaco e a mão direita elevar-lhe o membro inferior segurando-o na altura do tornozelo. O teste é considerado positivo se houver irradiação ou exacerbação da dor no dermátomo de L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de 35° a 70°. Em hérnias extrusas ou volumosas pode ser positiva abaixo de 35°. Dor acima de 70° resulta em teste é negativo, isto é, não existe compressão radicular.






·         Sinal do arco da corda (manobra de Bragard): devese proceder como na manobra de Lasègue: ao iniciar a dor, dobra-se o joelho (flexão); se a dor diminuir ou desaparecer significa que o teste é positivo
·         Sinal das pontas de “De Sèze”:
o   Andar no calcanhar (dorsiflexão do tornozelo), não consegue: compressão da raiz de L4 ou L5.
o    Andar na ponta dos pés (flexão plantar do tornozelo), não consegue: compressão da raiz de S1. –


 Pesquisa de reflexos:

 • Ausência do reflexo patelar indica comprometimento da raiz de L3 e/ou L4.
Ausência do reflexo aquiliano indica comprometimento da raiz de S1.
Pesquisa da força de flexão e extensão dos pododáctilos:
• Hálux: ausência ou força diminuída indica deficiência motora por compressão radicular de L5. • O 2.º e 3.º pododáctilos: ausência ou força diminuída indica deficiência motora por compressão radicular de S1.

 Sinais não orgânicos de lombalgia psicossomática:

 • Sensibilidade dolorosa exacerbada em locais de distribuição não anatômica e superficial.
• Lombalgia que aparece após compressão crânio caudal ou à rotação da pelve e ombros sem movimentar a coluna. – Sinal de Lasègue exagerado quando pesquisado sentado ou deitado.
• Alterações regionais de sensibilidade (hiperestesia em bota) em pacientes não diabéticos e fraqueza generalizada.

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