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A lombalgia
Pode ser conceituada como uma dor de
característica mecânica, localizada entre a parte mais baixa do dorso (última costela) e a prega glútea. A
lombociatalgia surge quando esta dor se irradia para as nádegas e um ou ambos os membros inferiores.
Somente
cerca de 30% dos pacientes sintomáticos apresentam alterações da coluna lombar
na mielografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética. Além
disso, a inervação da coluna
é difusa e entrelaçada e torna difícil localizar a lesão apenas com base
nos dados da história e exame físicos do paciente. Finalmente, existem,
freqüentemente associados, espasmos
musculares reativos que protegem a coluna de outros danos e muitas vezes
mascaram a verdadeira causa da dor.
Etiopatogenia
As lombalgias e lombociatalgias podem ser primárias ou secundárias,
com e sem envolvimento neurológico, sendo classificadas em:
·
mecânico-degenerativas;
o
Na coluna vertebral existe um equilíbrio mecânico entre o segmento anterior da
unidade anátomo funcional (corpos vertebrais e disco) e segmento posterior
(articulações interapofisárias ou zigoapofisárias).
o
Quando ocorre a ação de forças mecânicas sobre
essas estruturas, pode haver um desequilíbrio levando à
dor por estimulação direta de terminações nervosas aí existentes, ou pela liberação de substâncias do núcleo pulposo que
desencadeiam dor e processo inflamatório pela degeneração do disco intervertebral.
o
Todas as estruturas do segmento motor podem constituir causas de dor.
Porém, há evidências de que o ponto central seria o disco intervertebral (85% dos casos)
– discopatias – cuja degeneração aumentaria a carga nas facetas articulares e alteraria a
distribuição de cargas no platô vertebral e osso subcondral. O disco
degenerado tem sua capacidade de nutrição pela difusão passiva reduzida,
levando a um acúmulo de íon hidrogênio que estimula receptores químicos de dor,
situados na parte externa do anel fibroso.
o
As discopatias compreendem as fissuras,
rupturas, abaulamentos, diminuição da altura do disco e hérnias que podem ser
protrusas e extrusas
o
Essas alterações degenerativas do disco
intervertebral acrescentam um esforço adicional nas outras estruturas de
suporte da coluna como as articulações das facetas, ligamentos e cápsulas
articulares. Conseqüentemente,
espessamento da membrana sinovial e cápsula articular, formação de tecido
cicatricial, diminuição do espaço articular nas articulações facetárias,
formação de osteófitos e esclerose do osso subcondra
·
não
mecânicas localizadas: inflamatórias As principais causas são as
espondiloartropatias soronegativas), infecciosas(Espondilodiscites infecciosas)
e metabólicas(Osteoporose, osteomalácia e hiperparatireoidismo, originando
fraturas vertebrais que conseqüentemente levarão a transtornos biomecânicos nas
unidades anátomo-funcionais provocando a lombalgia ou lombociatalgia)
·
psicossomáticas;
·
como repercussão de doenças sistêmicas
o
Doenças sistêmicas que podem acometer estruturas
intra e extra-raquideanas, a fibromialgia e a síndrome miofascial que podem
causar contraturas musculares e hipóxia tecidual gerando dor.
Quanto à sua duração, podem ser classificadas em:
·
aguda: até sete dias;
·
subaguda: de sete dias até três meses;
·
crônica:
quando os sintomas duram mais de três meses.
Diagnóstico Clínico
A
história clínica é essencial para avaliação diagnóstica do paciente com
lombalgia e lombociatalgia. A idade do paciente poderá indicar a causa de sua
dor, pois a incidência de certas doenças varia de acordo com a idade e com o sexo. Trabalho e lazer,
isto é, esportes praticados, também são importantes para o diagnóstico, pois
com base nos achados de Nachemson (1965, 1985), a flexão e rotação da coluna
lombar aumenta a pressão no segmento motor inferior
Anamnese
Com relação às características da dor, deve-se investigar:
·
a intensidade e o horário de seu aparecimento; –
·
a relação existente entre a dor e a atividade
corporal e/ou o repouso;
·
uma possível associação com queixas sistêmicas,
chamadas “sinais de alerta” como febre, calafrios, emagrecimento, anemia,
disúria, massa abdominal ou outros achados.
·
o tipo de irradiação da dor, se existe
distribuição dermatomérica ou não;
·
se a dor
é de origem raquidiana ou extra-raquidiana;
·
as características psicossomáticas da dor.
Exame Físico
INSPEÇÃO
·
o paciente caminhando, tipo de marcha e se
existe posição antálgica;
·
se
existem assimetrias (desnível dos ombros, pregas subcostais, cristas ilíacas,
pregas glúteas, alteração nas curvaturas da coluna lombar como retificação da
lordose, acentuação da cifose torácica ou escoliose);
·
a presença de lesões de escaras, traumas ou
cirurgia anterior
PALPAÇÃO –
·
a presença ou não de hipertonia muscular e
pontos dolorosos; –
·
deve-se lembrar de palpar as articulações sacrilíacas;
ESTUDO DOS MOVIMENTOS DA COLUNA LOMBAR
·
Flexão: se a dor aparece ou é agravada por este
movimento ou se irradia para os membros inferiores, admite-se que existe lesão
discal (protrusão ou hérnias discais).
o
Teste de Shober: Espondilite anquilosante se
menor que 5cm.
o
Distância mão-chão.
·
Extensão:
a dor aparece nos casos de artrose zigoapofisárias e estenose de canal artrósico.
·
Flexão lateral direita e esquerda: pesquisar dor
e ou limitação da amplitude dos movimentos
·
Rotação
direita e esquerda: dor e/ou limitação da amplitude dos movimentos.
TESTES ESPECÍFICOS –
·
Manobra de Valsalva: a exacerbação da dor ou sua
irradiação até o pé pode significar que exista compressão radicular.
·
Manobra de Lasègue ou teste da perna estendida:
o exame deve ser feito com o paciente em decúbito supino, a mão esquerda do examinador deve imobilizar o ilíaco e
a mão direita elevar-lhe
o membro inferior segurando-o na altura do tornozelo. O teste é
considerado positivo se houver
irradiação ou exacerbação da dor no dermátomo de L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de
35° a 70°. Em hérnias
extrusas ou volumosas pode ser positiva abaixo de 35°. Dor acima de 70° resulta em
teste é negativo, isto é, não existe compressão radicular.
·
Sinal do arco da corda (manobra de Bragard):
devese proceder como na manobra de Lasègue: ao iniciar a dor, dobra-se o joelho
(flexão); se a dor diminuir ou desaparecer significa que o teste é positivo
·
Sinal das pontas de “De Sèze”:
o
Andar no calcanhar (dorsiflexão do tornozelo), não consegue:
compressão da raiz de L4 ou
L5.
o
Andar na ponta dos pés (flexão plantar do tornozelo),
não consegue: compressão da
raiz de S1. –
Pesquisa de reflexos:
• Ausência do reflexo patelar indica
comprometimento da raiz de L3
e/ou L4.
• Ausência
do reflexo aquiliano indica comprometimento da raiz de S1.
Pesquisa da força de flexão e extensão dos pododáctilos:
•
Hálux: ausência ou força diminuída indica deficiência motora por
compressão radicular de L5.
• O 2.º e 3.º
pododáctilos: ausência ou força diminuída indica deficiência motora por
compressão radicular de S1.
Sinais não orgânicos
de lombalgia psicossomática:
• Sensibilidade
dolorosa exacerbada em locais de distribuição não anatômica e superficial.
• Lombalgia que aparece após compressão crânio caudal ou à
rotação da pelve e ombros sem movimentar a coluna. – Sinal de Lasègue exagerado
quando pesquisado sentado ou deitado.
• Alterações regionais de sensibilidade (hiperestesia em
bota) em pacientes não diabéticos e fraqueza generalizada.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ColunaVertebral.pdf
ALGUMAS FORMAS DE TRATAMENTO
https://resumofisioterapia.blogspot.com/2018/03/estabilizacao-segmentar.html
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