sábado, 10 de novembro de 2018

Neurologia - Disfunções medulares

Nível mais comum de lesões são em C5, seguido de C4 e C6, inferiormente, o mais comum é T12, seguido de L1 e T10. 65% tem menos de que 35 anos de idade, sendo mais comum em homens, durante os meses de verão e de fim de semana.
O mecanismo mais frequente de lesão da medula espinhal é por uma força intensa aplicada indiretamente a coluna vertebral, podendo ocorrer na medula contusão, causada muitas das vezes por hérnias de disco, distensão, laceração ou esmagamento.

Danos de natureza traumática podem comprometer a circulação da medula, deixando-a edemaciada, avermelhada, amolecida e friável,  provocando degeneração do tecido ósseo. O estado reparativo pode durar dois anos, ocasionando cavitação, gliose e fibrose. Num período pós lesão de 5 anos ou mais, a área da medula fica diminuída e substituída com tecido fibroso.

Doenças que resultam em comprometimento da medula

  • Síndrome de Guillain - Baré


    • Polirradiculopatia desmielinizante inflamatória é ataques agudos dos nervos periféricos e craniais, ou seja, neuropatia inflamatória. Ataca as raízes nervosas, provocando neuropatia motora ( enfraquecimento dos músculos periféricos) com paralisia flácida ( quadros de atonia), com prognóstico positivo
    • pico entre 20-40 anos de idade; nfecções virais, tais como hepatites por vírus tipo A, B e C, influenza e HIV
    • Ela é caracterizada por uma reação auto imune contra as baninha de mielina  gerando reações inflamatórias, importante para fazer a condução saltatória e permitir que o impulso chegue mais rápido
    • 2 a 3 semanas de processo de desmielinização aguda, a células de Schwann começam a se proliferam, iniciando o processo de remielinização.
    • Ocorre fraqueza simétrica rapidamente desenvolvida; paralisia flácida; reflexo tendinosos ausentes ou diminuídos, oscilação arterial, fc baixa disritimias cardíacas, hiperestesias distais  ( excesso de sensibilidade), parestesias ( dormência ou formigamento), sensibilidade vibratória e propriocepção diminuídas, dor muscular. A função esfincteriana é, na maioria das vezes
    • Podem apresentar curso fuminante ( paralisia total em um ou dois dias), recuperação gradual da força de dois a 4 dias, cerca de 6 meses após pode se tornar independente.
    •  Progressão de sinais e sintomas por mais de 8 semanas exclui o diagnóstico de SGB, sugerindo então polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica (PDIC).
    • O diagnóstico da SGB é primariamente clínico
    • http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/03/pcdt-sindrome-guillain-barre-livro-2009.pdf
  • Mielite transversa
    • Rara
    • Inflamação de origem focal na medula espinhal. uma inflamação que afeta a medula espinhal em toda sua largura (transversal) e, assim, bloqueia a transmissão dos impulsos nervosos que vão para cima e para baixo da medula espinhal. As manifestações clínicas decorrem disso, ou seja, disfunção neuronal das vias que estão presente ou passam por elas
    • Desconhecimento da causa
    • Reação auto imune com produção de anticorpos que atacam e lesão o tecido
    • Tratamento pode envolvover corticosteroides
    • Grau de invalidez depende da extensão e localização da inflamação na medula
    • A doença pode se desenvolver em pessoas que têm certas doenças, como esclerose múltipla, neuromielite óptica, doença de Lyme ou lúpus ou que tomem certos medicamentos.
    • As pessoas têm súbita dor nas costas e que sentem um aperto em volta da área afetada, às vezes, seguidas por sintomas graves, como paralisia.
    • https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/doen%C3%A7as-da-medula-espinhal/mielite-transversa-aguda
Síndromes clínicas 
  • Síndrome de Brown-Séquard (hemisecção medular)
    • Sintomas decorrem da hemissecção da medula que impede que estímulo passe tanto aferente quanto eferente, normalmente ocorre, por objetos perfurantes.
    • Bom prognóstico de recuperação
    • Sintomas ispsilateral: paralisia espática (espasticidade com passividade), perda da propriocepção consciente e tato epicrítico. 
    • Sintomas contralaterais: Perda do trato protopático e pressão, perda da sensibilidade de temperatura e dor.
  • Síndrome da cauda equina: Abaixo de L1, lesão neuromotora geralmente incompleto, paralisia flacida
    • A área da coluna responsável pelos membros inferiores e órgãos da região pélvica é chamada de cauda equina. 
  • Síndrome do cone medular: Lesão da medula sacral e das raízes lombares, perda motora e sensitiva , arreflexia da bexiga e intestino.
    • Combinação de síndromes dos neurônios motores superior e inferior, ocorrendo uma paresia espástica, uma disfunção esfincteriana, uma anestesia em sela da região perineal e dos membros inferiores
    • http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3671
  • Tabbes dorsálles
    • Consequência da neurosífiliss , lesão do funículo posterior
    • Perda da propriocepção consciente; perda de tato epicrítico, perda de sensibilidade vibratória.
    • degeneração de neurônios
  • Lesão da comissura branca
    • Cavidade cheia de líquido no canal centra da medula com destruição da substancia cinzenta e branca - seringomielia
    • Lesão bilateral e no nível do demátono
    • Perda da sensibilidade dolorosa e térmica bilateral com parestesia e atrofia muscular
  • Centro medular: mais comum em C4 -C7: é uma lesão incompleta, acometendo mais região cervical e deixando sequelas motoras em MMSS
    • Causada por hipeextensão cervical associada a doença degenerativa pré existente. Na hiperextensão a medula é prensada contra o ligamento longitudinal posterior e os osteófitos
    • Pode gerar edema, onde este pode apresentar paresia ou paralisia, hemorraria e isquemia do centro
    • Acomete mais os membros superiores porque no trato córtico espinhal ele está mais medializado - isso faz com que o déficit motor seja desproporcional 
    • Pode acontecern perda sensitiva abaixo do nível da lesão e retenção urinária
    • Mais comum em idosos que caem da própria altura, batendo a região frontal 
    • Recuperação acontece nas primeiras 6 semanas
  • Síndrome cordonal posterior: pode ser por tumor ou infarto da artéria espinhal posterior - muito raro 
    • Propriocepção, esterognosia, sensação vibratória, discriminação de 2 pontos afetados ficam deficitário
Traumatismo medular
  • Pode ser leve, moderado ou grave
  • Atinge a medula espinhal 
  • Pode ter alterações reversíveis ou irreversíveis
  • Perda da sensibilidade e motricidade total ou parcial
  • Sendo o acidente nos trânsitos os mais recorrentes
FISIOPATOLOGIA
  • Lesão primária ocorre até 8 horas após o trauma
    • Hemorragia e necrose com formação de edema da substância cinzenta, Podendo se estender para a substÂncia branca 4 a 8 horas após o trauma, devido a diminuição do suprimentos sanguíneo e consequentemente necrose. Para que ocorra a reparação é necessário que células inflamatórias se dirijam ao local, quando isso acontece, começa a proliferação das células da glia que vão preencher o local e deixar uma cicatriz entre 1 a 4 semanas.
  • Lesão secundária: 
    • Redução do fluxo sanguíneo levando a morte e redução de células que não foram inicialmente lesadas --- isquemia e influxo de cálcio gerando colapso da membrana e depois falha da membrana
  • Avaliação: pela escala de ASIA: avalia nível neurológico e extensão da lesão. Primeiro determinar nível sensitivel, posteriormente, motor
CHOQUE ESPINHAL

  • Células nervosas que estão abaixo do nível da lesão nao funcionam
  • Reflexos ausentes, membros flácidos e paralisados permanecendo por horas ou até 6 semanas.
  • Quando o edema acontece, a lesão pode ser elevada em um ou até dois níveis. Exempli: L3 -- Edema - L2 ou L1 lesados
  • Diminuição das funções da medula
TRANSECÇÃO MEDULAR COMPLETA:
  • ABAIXO DO NÍVEL DA LESÃO
    • Perda da capacidade motora, sensibilidade, controle vasomotor, função sexual e controle intestinal e da bexiga
  • NO NÍVEL DA LESÃO
    • Paralisia flácida dos segmentos supridos pelo local da lesão que foi lesionada
  • PODE TER COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS
    • Respiratórias, tvp, embolia pulmonar
FASE AGUDA
  1. Choque traumático
    1. Choque: paciente atordoado
    2. Negação: se nega a utilizar os dipostivos auxiliares
    3. Reconhecimento: paciente passa a cooperar com os profissionais
    4. Adaptação: utilização de dispositivos auxiliares
  2. Manutenção da função respiratória: promover e mobiliar a expectoração, melhorar a ventilação\perfusão e reduzir a obstrução. Nervos de c3 a c5 inervam diafragma, t1 a t7 músculos intercostais, abdominais 76 a t12.
    1. Tratamento profiláticos e das complicações
  3. Redução e estabilização de fratura e luxação
    1. POSIÇÃO SUPINA:
    2. Quadril: posição neutra e ligeiramente abduzido
    3. Joelhos: estendidos, sem estar hiperestendidos
    4. Tornozelos: dorsifletidos
    5. Artelhos: estendidos
    6. MMII
    7. Ombros: em posição neutra
    8. Cotovelos: estendidos – pode requerer o uso de tala inflável
    9. Punhos: ligeiramente estendidos
    10. Dedos: ligeiramente fletidos
    11. Polegar: posicionado em adução
    12. DECÚBITO LATERAL:
    13. Quadril e joelhos: fletidos o suficiente para obter estabilidade com
    14. dois travesseiros, sendo que o membro que está por cima
    15. ligeiramente para trás;
    16. Tornozelos: dorsifletidos;
    17. Artelhos: estendidos.
    18. MMII
    19. Braço por baixo: ombro fletido e posicionado abaixo do travesseiro
    20. para aliviar a pressão sobre o membro;
    21. Braço por cima: como na posição supina, porém com um travesseiro
    22. entre o braço e o tronco
  1. Prevenção de úceras
    1. Paciente se movimentar na cadeira e ou terapeuta a cada 3 horas movimentálo.
    2. Higienização da área com água e sabão sem álcool, enxugálas, retirando epitélio morto
    3. As úlceras de surgem devido a perda da sensibilidade e a um prejúizo vaso motor
  2. Cuidados com a bexiga e intestino
    1. Podem produzir complicações,tais como, infecções e mortes
    2. Nos primeiros dias, a bexiga se apresenta paralisada e flácida
    3. Reflexos e ações modulares estão abolidas
    4. BEXIGA AUTOMÁTICA REFLEXA: lesões acima de t10 e t11, pode ser realizada a perca de urina percutindo abdomên, músculo detrusor se contraindo
    5. BEXIGA AUTONÔMICA NÃO REFLEXA: lesões acima de T10 e T11, ou de neurônios motor inferior, pode acontecer miccição atravé da contração do abdômen
    6. INTESTINO REFLEXO: acima da cauda equina e cone medular
    7. INTESTINO NÃO REFLEXO :Lesões da cauda equina e cone medular, relaxamento do intestino e esfíncter
  3. Reabilitação física
PROGRESSÃO POSTURAL:

Para se realizar a progressão é necessário controlar constantemente a pressão arterial e a frequência cardíaca. Inialmente deve-se elevar a cabeça do paciente no leito, passando para prancha ortostática ou cadeira reclinável, levando um tempo paa a resposta vasomotora se estabilizar. Pode-se utilizar meias e cintar para retardar o acúmulo venoso

NÍVEL DE LESÃO E MÚSCULOS CHAVES

C5: bíceps braquial
C6: extensores de punho
C7: tríceps braquial
C8: flexor profundo dos dedos
T1: Abdutor do dedo Mínimo

L2: iliopsoas
L3: Quadríceps
L4: Tibial anterior
L5: Extensor longo dos dedos
S1: Tríceps sural

PONTOS CHAVES PARA SENSIBILIDADE

C2:protuberância occipital
C3: fossa supraclavicular
C4: borda sup art.acromioclavicular
C5: borda lateral fossa antecubital
C6: dedo polegar
C7: dedo médio
C8: dedo mínimo
T1: borda ulnar fossa antecubital
T2: ápice da axila
T3, T4,T5, T6,T7,T8, T9,T10 e
T11:3°,4°,5°, 6°, 7°, 8°, 9°, 10°, 11°
espaço intercostal respectivamente
T12: ponto médio do ligamento
inguinal
L1: 1/2 da distância entre T12 e
L2: 1/3 médio anterior da coxa
L3: côndilo femoral interno
L4: maléolo interno
L5: dorso do pé ao nível da 3ª
art metatarso falangiana
S1: bordo externo do calcâneo
S2: linha média da fossa poplítea
S3: tuberosidade isquiática
S4-S5: área perineal

TETRAPLEGIA
  • C4, sendo os movimentos apenas da cabeça e elevação dos ombros, podendo utilizar cadeira de rodas motorizada e realização de atividades com a boca
  • C6 Apresenta movimento de cabeça, ombro, punho, flexores de cotovelo, pronosupinação, flexão e extensão de punho, sendo mais independente do que C4, possui déficit de sensibilidade grave, ajuda os cuidadores na locomoção, podendo se alimentar sozinho. EXTENSORES DE PUNHO SEM MOVIMENTO. utiliza cadeiras de rodas em locais planos,
  • Adiciona-se os moviementos de extensão de punho e dedos, utilia cadeiras de rodas em locais planos e irregulares
PARAPLEGIA ALTA
  • ABDUTOR DO DEDO MÍNIMO SEM FUNÇÃO, apresentando movimento da cabeça e MMSS,
  • Independente nas avds
  • cadeira de rodas em todos os planos
PARAPLEGIA BAIXA 
  • T7 a T7
  • Apresenta acima do tronco superior todos os movimentos
  • independe nas avds
  • Toca a cadeira de rodas em qualquer plano
  • T10 , apresenta parte do movimento de tronco inferior, deambula com tutor bilateral, com cinto pélvico e muletas, deve -se fortalecer musculatura preservada
  • T12 , tem movimentos de todo o tronco inferior
    • Tem paraplegia de L2, não faz tríplice flexão de MMIII e não estabiliza joelhos
    • L3, L4 - paraplegia baixa , pode usar AFO
    • L5 paraplegia baixa, apresenta dorsi flexão de tornozelo e extensão de dedos, utiliza muletas ou bengalas
  • S1, S2  e S3, perda dos movimentos vesicais e intestinal,com ótimo controle de marcha.

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